sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Pedra Viva

Construtor de castelos, minguado
Levava na mochila seu fardo
Viajava por terras estranhas
E sentia saudades medonhas

Não podia evitar serviço
Nem tampouco dar sumiço
Aos pagadores se curvava

Sentia o peito doído
Por não ser compreendido
Pela amada que esperava

E na caixa de correio
Dia a dia dor que veio
Em galope bem rasante

E cravava em si estigma
De merecer dor maligna
Que flagela a cada instante

Mas por que cargas d'água
Se culpava desse jeito
Se ao dormir chorava
Só lembrando do seu leito?

Não se explica o ser humano
Nem a dor que a carta fita
Se ela aguentou um ano
Vai ver então que já não liga

Mas ele acreditava
De teimoso ou de burro
Que o amor que o esmagava
Não cairia com um murro

Espera morena, pensava
São só datas, nada mais
Nem o mundo separava
O que o amor atou a lais


(Gabriel Holanda)
 
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