O sono não vem
A noite não vai
Tento ficar bem
Nada me distrai
Queria cansaço
Me vem consciência
Desisto, dou um passo
Perdi a paciência
Pra não ficar rolando
Progrido nas páginas de um livro
O universo vou desvendando
Solitário no meu "meio-abrigo"
A vista embaralha
Acho que agora vai
Fecho os olhos, me concentro
Mas todo sono se esvai!
Louco, já nervoso
Anseio pela hora do trabalho
Mas o relógio, teimoso
É tão lento quanto falho
Parece ter vontade própria
Ao passo que é sempre do contra
São quase cinco, estou desde uma
Nada me ajudou o mais belo mantra
Quem dera tivesse alguma droga
Ou que eu dormisse só com fé
Escrevendo isto, desisto do sono
Assino e vou tomar café
(Gabriel Holanda)
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
Teatro da Vida
Papel na mesa, caneta na mão esquerda
O punho direito, calejado, segura meu rostoCotovelo mantém o sistema no lugar
Passo a transcrever a mim mesmo
Ponho meu retrato na janela
A quem passando quiser olhar
Não digo coisas belas, mas reais
Apresento espectativas e memórias
Dispenso enredos teatrais
Talvez ninguém se interesse em minhas histórias
No pão que o diabo amassou,
Passei manteiga e taquei queijo
Quando vi que o cão não gostou,
Sorri pra ele e mandei beijo
Construí castelos de pedra
E cavei buracos profundos
No rio da vida, fui contra a regra
Boiei mesmo pesado, sem nunca tocar o fundo
Fui taxado de louco, apaixonado
Sonhador, burro, delinqüente, safado
Vira-lata, fraco, viajante, bastardo
Mas cruzei um deserto e descansei sobre o fardo
Ainda miro uma longa caminhada
Milhas, trilhas, quadrilhas, qüinquilhas!
Trabalhei toda essa noite enluarada
Fortalecido, na memória, minha filha
Ela sim, só me dá gosto
Vale cada segundo da tortura
Deixo meu peito aberto, exposto
E regurgito qualquer traço de amargura
Se o queixo bate, mordo
Se a vista inunda, seco
Já não me sinto mais morto
Nem choro olhando pro teto
Sangrei vários litros, mas nenhum pingo a esmo
E do que passei, só Deus e eu de testemunhas
Sei que estas linhas, um ou dois vão ler mesmo
Mas gravei as marcas dos meus dentes e das minhas unhas.
(Gabriel Holanda)
sábado, 21 de agosto de 2010
Improdutividade
Tentei fazer um suco de amendoim
Não sei o porquê,
Mas não virou suco
Virou poeira salgada
Acho que deveria ter botado água
Não tinha água
Tinha feijão
Li que um caroço tem 15% de água
Bati junto os 10 caroços que tinha
Continuou seco.
Joguei tudo fora.
(Gabriel Holanda)
Não sei o porquê,
Mas não virou suco
Virou poeira salgada
Acho que deveria ter botado água
Não tinha água
Tinha feijão
Li que um caroço tem 15% de água
Bati junto os 10 caroços que tinha
Continuou seco.
Joguei tudo fora.
(Gabriel Holanda)
Concordância
Nunca fui de concordar
com quem concorda
em não concordar
com qualquer concordância benéfica.
Por vezes, não concordo comigo mesmo.
A anunciação da discordância, por sua vez,
nunca me trouxe benefícios
portanto, mesmo quando não concordo,
doravante sigo concordando.
(Gabriel Holanda)
com quem concorda
em não concordar
com qualquer concordância benéfica.
Por vezes, não concordo comigo mesmo.
A anunciação da discordância, por sua vez,
nunca me trouxe benefícios
portanto, mesmo quando não concordo,
doravante sigo concordando.
(Gabriel Holanda)
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
S(c)em Alma(s)
Diz-se que havia um navio
Desses de madeira, com remendos mil
De um louco capitão que baforava fumaça
Com ervas loucas, fazia pavio
Só de ouvir, senti arrepio
Por almas de cem marinheiros que amassa
Caminha da ponte à proa
Entoando a canção do vento que voa
E só pára engolindo dois litros de cachaça
Ouvi que ele anda com um chicote
E que ama sentir o cheiro da morte
Torturando cada homem que no convés passa
Da prancha alimenta tubarões
Da carne humana, só poupa os corações
Que volta e meia em fogueira assa
Ah! Os olhos! Ele os conserva em cêra
E coleciona em estante de madeira
Pra não cair no esquecimento a desgraça
Sobre cada marujo só penso: coitado!
Como foi perecer pra'quele pobre diabo
Que não vale de um rato nem a raça?
Estou certo que ouviu falar de mim
E na imensidão desse mar sem fim
Eu caço ele e ele me caça
Todos aqueles espíritos aprisionados
Só em terra podem ser libertados
Do homem que a maldade arde em brasa
Se esbarrar com o navio, dou sumiço
Esquartejo o capitão, assumo o passadiço
E levo as cem almas de volta pra casa!
(Gabriel Holanda)
Desses de madeira, com remendos mil
De um louco capitão que baforava fumaça
Com ervas loucas, fazia pavio
Só de ouvir, senti arrepio
Por almas de cem marinheiros que amassa
Caminha da ponte à proa
Entoando a canção do vento que voa
E só pára engolindo dois litros de cachaça
Ouvi que ele anda com um chicote
E que ama sentir o cheiro da morte
Torturando cada homem que no convés passa
Da prancha alimenta tubarões
Da carne humana, só poupa os corações
Que volta e meia em fogueira assa
Ah! Os olhos! Ele os conserva em cêra
E coleciona em estante de madeira
Pra não cair no esquecimento a desgraça
Sobre cada marujo só penso: coitado!
Como foi perecer pra'quele pobre diabo
Que não vale de um rato nem a raça?
Estou certo que ouviu falar de mim
E na imensidão desse mar sem fim
Eu caço ele e ele me caça
Todos aqueles espíritos aprisionados
Só em terra podem ser libertados
Do homem que a maldade arde em brasa
Se esbarrar com o navio, dou sumiço
Esquartejo o capitão, assumo o passadiço
E levo as cem almas de volta pra casa!
(Gabriel Holanda)
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Boa Nova
Queria que fosse possível
Você entendesse o intangível
Ao seu olhar infantil
Que vestisse minha pele
Sentindo minha verdade
Desprovida de fundo vil
Só meu espelho sabe
Da minha rede remendada a mil nós
E que por dentro eu me acabe
Pra levar o melhor peixe a nós
Caiu uma pedra no meu calmo lago
E ondas se formaram, pequenas
Tentei acalmar soprando em volta
Mas você as fez crescer, apenas
Quem sabe um dia vai perceber
A que ponto chegamos
Já não há margem para tecer
Uma rede de enganos
Não precisamos mais de prova
E já não tenho paciência
Grito uma boa, mas não nova
Do meu amor, és a essência
(Gabriel Holanda)
Você entendesse o intangível
Ao seu olhar infantil
Que vestisse minha pele
Sentindo minha verdade
Desprovida de fundo vil
Só meu espelho sabe
Da minha rede remendada a mil nós
E que por dentro eu me acabe
Pra levar o melhor peixe a nós
Caiu uma pedra no meu calmo lago
E ondas se formaram, pequenas
Tentei acalmar soprando em volta
Mas você as fez crescer, apenas
Quem sabe um dia vai perceber
A que ponto chegamos
Já não há margem para tecer
Uma rede de enganos
Não precisamos mais de prova
E já não tenho paciência
Grito uma boa, mas não nova
Do meu amor, és a essência
(Gabriel Holanda)
domingo, 15 de agosto de 2010
Despromoção
Um amigo, quer dizer, uma pessoa próxima.
Daquelas que se vive sem, mas se estima.
Aproximou-se enquanto me corriam pela alma certos versos.
Versos estes que me soavam como obra da mais linda arte.
E, sem ser questionado, pronunciou: mas isto é uma bosta!
Para não demonstrar a aversão que senti naquele momento,
apenas levantei uma das sombrancelhas. Felizmente, ele não entendeu.
Quando se lê sobre um arrepio causado pela brisa de uma clara e fria manhã,
só é entendível àquele que em algum momento da vida já deu atenção à tal sensação.
Aos olhos do descrente, não existe verdade. Vai dizer! Tente! Desista...
Feliz na sua infelicidade, invasor de momentos que não lhe pertencem.
Essas palavras de suicídio sentimental,
desprovidas da pouca inteligência que possuímos, cortam.
Mas não a mim. Contrario a lógica mundana e sigo.
Gostaria de agradecer a você, que quase me fez sentir tristeza,
pela inspiração que me emprestou para que eu me descobrisse ainda mais.
Amigo? Camarada? Colega? Conhecido? Já sei! Um alguém!!
Muita luz pra você! Obrigado por ter sido tão ninguém!
(Gabriel Holanda)
Daquelas que se vive sem, mas se estima.
Aproximou-se enquanto me corriam pela alma certos versos.
Versos estes que me soavam como obra da mais linda arte.
E, sem ser questionado, pronunciou: mas isto é uma bosta!
Para não demonstrar a aversão que senti naquele momento,
apenas levantei uma das sombrancelhas. Felizmente, ele não entendeu.
Quando se lê sobre um arrepio causado pela brisa de uma clara e fria manhã,
só é entendível àquele que em algum momento da vida já deu atenção à tal sensação.
Aos olhos do descrente, não existe verdade. Vai dizer! Tente! Desista...
Feliz na sua infelicidade, invasor de momentos que não lhe pertencem.
Essas palavras de suicídio sentimental,
desprovidas da pouca inteligência que possuímos, cortam.
Mas não a mim. Contrario a lógica mundana e sigo.
Gostaria de agradecer a você, que quase me fez sentir tristeza,
pela inspiração que me emprestou para que eu me descobrisse ainda mais.
Amigo? Camarada? Colega? Conhecido? Já sei! Um alguém!!
Muita luz pra você! Obrigado por ter sido tão ninguém!
(Gabriel Holanda)
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